Os Veredeiros

Veredas vivas e Cerrado em pé!

Veredeiros: povo das veredas

Veredeiros

“Quando você vai chegando perto da vereda, você tá no Cerrado, aí você enxerga de longe os buritis. Aí, naqueles buritis, o mais importante é que há a existência da água, das nascentes. Porque lá, onde você viu os buritis, tem água. E quando você vê água, existe as comunidades, os veredeiros”. (Museu Vivo Povos Tradicionais de MG)

Sob a sombra dos buritis, quem embala o berço das águas são os veredeiros que vivem em comunidades localizadas entre as bacias dos rios Pandeiros, Pardo, Cochá e Gibão, distribuídas em 15 municípios (Bonito de Minas, Buritizeiro, Chapada Gaúcha, Cônego Marinho, Formoso, Itacarambi, Januária, Miravânia, Montalvânia, Pintópolis, Riachinho, Santa Fé de Minas, São Francisco, São João das Missões, São Romão e Urucuia) no norte de Minas Gerais.

As comunidades veredeiras são grupos culturalmente diferenciados que têm como principal elemento identitário as relações ecológicas estabelecidas com seus ambientes específicos, em especial com as veredas, áreas alagadas na qual se encontra uma rica biodiversidade, especialmente, as chamadas espécies-chave, como o buriti (Mauritia flexuosa) e o xiriri (Mauritiella armata); combinado com diferentes ecossistemas locais como as lavouras de sequeiro nas áreas de mata, na exploração intensiva das áreas úmidas de veredas e no uso das imensas chapadas e das matas secas para criação de gado e agroextrativismo.

As extensas áreas de terras das chapadas e dos brejos eram utilizadas para o cultivo, solta dos animais, coleta de frutos e de plantas medicinais. A solta do gado acontece nos imensos chapadões durante o período das águas (outubro a março), sendo que na seca (entre março e setembro) os animais são recolhidos e confinados nas mangas (pastos plantados nas áreas de mata).