Povos indígenas do Cerrado: povos que escutam a Terra
Quando falamos do Cerrado, falamos de diversidade biológica e cultural que forma os patrimônios históricos e socioculturais do Brasil, fruto da convivência e cuidado dos povos indígenas, gerando uma memória do Cerrado que guarda várias trajetórias, experiências, descontinuidades, experimentações, adaptações, saberes acumulados, observações e intervenções no ambiente ao longo de séculos.
Existem 156 territórios indígenas no Cerrado contínuo e 180 nas áreas de transição, totalizando 338 territórios. Nesses territórios, encontram-se 74 povos indígenas no Cerrado contínuo e 43 povos apenas nas zonas de transição. Como há alguns povos que se encontram tanto no Cerrado contínuo quanto nas transições, no conjunto encontramos 117 povos indígenas (TPP 2022).
Povos indígenas no Cerrado contínuo
Aikanã, Akuntsu, Alueti, Apinayé, Aranã, Atikum, Avá Canoeiro, Awa Guajá, Bakairi, Bororo, Cassupá, Caxixó, Chiquitano, Cinta Larga, Enawenê-Nawê, Gavião, Gavião Kyikatêjê, Guajajara, Guarani, Guarani-Kaiowá, Ikpeng, Irantxe, Isolados (TI Cabixi), Isolados (TI Rio Omerê), Isolados (TI Tanaru), Javaé, Kadiwéu, Kalapalo, Kamaiurá, Kanela, Kanela-Apãnjekra, Kanoé, Karajá, Katithaurlu, Kinikinau, Kithaulu, Krahô, Krahô-Kanela, Krenak, Krikati, Kuikuro, Latundê, Maxakali, Mehinaku, Morcego, Myky, Nambikwara, Negarotê, Ofayé-Xavante, Pankararú, Paresí, Pataxó, Pykopjê, Rikbaktsa, Sabanê, Tabajara, Tapayuna, Tapirapé, Tapuia, Tembé, Tenetehara, Terena, Trumaí, Tuxá, Umutina, Wakalitesu, Wasusu, Waurá, Xakriabá, Xavante, Xerente, Xinikinawa, Yawalapiti, Yudjá.
Povos indígenas nas áreas de transição do Cerrado
Apiaká, Ava-Guarani, Fulni-ô, Guarani Ñandeva, Guató, Holotesu, Ingarikó, Isolados (TI NhanduBraço Norte), Isolados (TI Rio Tenente Marques), Kaingang, Kamba, Kawahiva, Kayabi, Kayapó, Kiriri, Kisêdjê, Krenyê, M’byá Guarani, Macuxi, Mebengokrê-Kayapó, Menkragnoti, Mentuktire, Munduruku, Naruwoto, Nhandeva, Panará, Pankaru, Patamona, Pataxó Hã-Hã-Hãe, Payaya, Salamãi, Suruí, Suyá, Tapuya, Taurepang, Tchukahamãe, Timbira, Tremembé, Tupinambá, Wapichana, Xetá, Xikrin, Xucuru Kariri.
Os povos indígenas sempre manejaram o Cerrado com sabedoria ancestral. Sua mobilidade entre diferentes áreas garantiu o uso sustentável dos recursos, respeitando os ciclos naturais e permitindo a regeneração da fauna e da flora – seja por processos naturais ou por manejo intencional. Cada território indígena é um espaço integrado de vida, alimento, cura e rituais, onde a biodiversidade, a cultura e a espiritualidade se conectam.